Trabalhando no sentido de contribuir para a harmonia entre a indústria local e o património natural da região, o projeto CRASSOSADO dividiu-se, então, em duas fases:
Fase I
A primeira fase do projeto CRASSOSADO, realizada em 2015, permitiu confirmar a expansão das populações naturais da Crassostrea angulata, cuja abrangência espacial é superior à anteriormente conhecida, estando em bom estado de saúde e conservação.
No entanto, também se identificou a presença da amêijoa-japonesa (Ruditapes philippinarum), que, por apresentar um elevado potencial invasivo, pode ameaçar a espécie portuguesa.
As experiências concretizadas confirmaram a possibilidade de captura de semente desta espécie para cultivo, pois revelou-se possível fixar as larvas de Crassostrea angulata num substrato artificial. O estudo reiterou, ainda, a importância de salvaguardar as espécies selvagens, para reforçar as atividades aquícolas, uma vez que estas possuem uma grande diversidade genética. Além disso, foi proposto um conjunto de recomendações para melhorar a prática da aquicultura.
Fase II
A segunda fase do projeto CRASSOSADO, concluída em 2017, teve como objetivo dar continuidade à monitorização da espécie, com especial destaque para a identificação de ameaças e oportunidades na sua exploração. Incluiu a realização de inquéritos aos ostreicultores do estuário do Sado, que contribuíram positivamente para a rentabilidade da atividade e a melhoria da gestão deste recurso natural.
O principal objetivo desta fase prendeu-se com a promoção de uma maior interação com o setor ostreícola, com o intuito de conhecer as suas necessidades específicas e fomentar a transferência de conhecimento e o aconselhamento. Desse modo, tornou-se possível valorizar a atividade produtiva sem comprometer a conservação das populações de ostra-portuguesa, bem como de outros valores naturais presentes na sensível área estuarina.
Assim, foram garantidas condições para que um recurso natural tão importante na região (e até no país) se conseguisse desenvolver e fosse gerido de forma sustentável, seguindo os princípios basilares da política de desenvolvimento sustentável da The Navigator Company.
Atualmente, o Sado consiste num dos pontos fortes da ostreicultura em Portugal, revitalizando um setor que conheceu o seu apogeu nos anos 50 e 60 do século XX.