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O nosso portfolio é composto por empresas com um grande legado, empresas com perspetivas de crescimento acelerado e, também, por uma empresa de investimento em startups.
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A celulose moldada tem emergido como uma solução promissora no mundo das embalagens sustentáveis. Este material versátil, produzido a partir de fibras de celulose, oferece uma alternativa ecológica aos plásticos e outros materiais derivados do petróleo.
Países como a Suécia e a Finlândia têm sido pioneiros na utilização de celulose moldada para o fabrico de utensílios descartáveis e embalagens de alimentos, aproveitando os seus vastos recursos florestais. Já nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, a celulose moldada tem sido amplamente adotada para embalagens de ovos e de fruta, por exemplo. No Japão, é comum encontrar este material em embalagens de produtos eletrónicos.
Neste contexto de inovação e sustentabilidade, a The Navigator Company deu um passo significativo no último trimestre de 2024. A empresa participada do Grupo Semapa inaugurou uma unidade de produção de embalagens de celulose moldada em Aveiro, marcando um momento histórico ao tornar-se a primeira no mundo a produzir este tipo de embalagens numa instalação verticalmente integrada, utilizando fibra de eucalipto. Esta inovação foi desenvolvida pelo Raiz, centro de I&D da Navigator em parceria com três universidades portuguesas
A unidade tem capacidade de produção de cerca de 100 milhões de embalagens por ano, sendo atualmente a maior da Europa. Esta iniciativa não só demonstra o potencial de inovação da indústria portuguesa, mas também reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a economia circular.
Luis Rodiles, diretor desta nova área de celulose moldada para embalagens rígidas, explicou em entrevista ao site Florestas.pt que durante o primeiro trimestre de 2025 a unidade vai funcionar em contínuo. “Teremos duplicado o número de empregos criados na operação industrial, teremos duplicado o número de empregos criados na operação industrial” (dezasseis postos de trabalho em 2024).
A produção inicial concentra-se em três linhas de produtos para o setor alimentar: utensílios de mesa, embalagens para take-away e embalagens para alimentos frescos e refeições prontas. Todas estas soluções são integralmente recicláveis e/ou compostáveis, oferecendo uma alternativa viável aos plásticos de uso único.
Um aspeto particularmente inovador das embalagens da Navigator é o uso de fibra de eucalipto (Eucalyptus globulus), uma aplicação pioneira a nível global. Tradicionalmente, pensava-se que espécies florestais de fibras longas seriam mais adequadas para a fabricação de produtos moldados. No entanto, após extensos testes, a pasta de eucalipto demonstrou possuir a flexibilidade e robustez necessárias, além de proporcionar um acabamento mais perfeito e um toque mais suave às embalagens.
Ao site Florestas.pt, Luis Rodiles destacou ainda: “Nestas embalagens destinadas a conter alimentos embalados em ambiente industrial, como é o caso da proteína crua (carne ou peixe) e das refeições prontas, é indispensável a laminação, ou seja, a aplicação de um filme protetor plástico para conferir barreira ao oxigénio, garantindo a preservação dos alimentos”.
No que toca a exportação, os mercados geograficamente próximos serão, nesta fase, os privilegiados. Esta abordagem reduz as emissões de gases com efeito de estufa associadas ao transporte e garante um maior controlo sobre a qualidade e a conformidade com as regulamentações europeias. As novas embalagens de celulose moldada podem ser aquecidas até 90 graus, resistem à humidade e representam uma alternativa verdadeiramente sustentável aos materiais plásticos tradicionais. Embora não sejam concebidas para lavagem, podem estar temporariamente em contacto com a água sem se deteriorarem, o que abre possibilidades para uma gama mais ampla de aplicações no futuro.
A iniciativa da Navigator representa um marco significativo na transição para embalagens mais sustentáveis. Ao valorizar recursos locais e desenvolver tecnologias de ponta, a empresa está a contribuir para a transformação do setor de embalagens, oferecendo alternativas viáveis e ecológicas aos materiais tradicionais.
Esta inovação não só posiciona Portugal na vanguarda da produção de embalagens sustentáveis, mas também demonstra o potencial da bioeconomia circular na criação de soluções que atendem às necessidades do mercado e às exigências ambientais. Com o crescente foco global na redução de plásticos de uso único, as embalagens de celulose moldada da Navigator oferecem uma perspetiva promissora para um futuro mais sustentável na indústria de embalagens.